quarta-feira, 18 de maio de 2016

As três fases dos exames laboratoriais

As três fases dos exames laboratoriais:

INTRODUÇÃO:
A pratica laboratorial é o conjunto de exames e testes realizados a pedido do médico para  análises clínicas, visando um diagnóstico,confirmação de uma patologia ou para um check-up (exames de rotina). É importante na rotina de um laboratório, adotar métodos para que tenhamos bons resultados ao finalizar um laudo. Desde o pedido do exame, até o diagnóstico e tratamento, é importante que os profissionais do laboratório estejam interagidos nessas três fases dos exames laboratoriais. As fases dos exames laboratoriais são: Pré-Analítica, Analítica e Pós-Analítica. Nós iremos falar sobre a fase pós-analítica.

Após a coleta do material e a análise dos dados, o exame laboratorial passa pela última etapa, a pós-analítica. Nela há envio e interpretação dos resultados e conseqüentemente o diagnóstico e tratamento.
FASE PÓS-ANALÍTICA: É a fase que se inicia após a obtenção de resultados válidos das análises e finda com a emissão do laudo, para interpretação e tomada de decisão médica.
A fase pós-analítica se materializa no laudo do exame. Sua qualidade como mídia e conteúdo para a informação que representam devem merecer grande cuidado. O laudo deve tangibilizar o que nós conhecemos como qualidade, para aqueles clientes finais: Pacientes, Médicos, Compradores de serviços.
As etapas dessa fase são:
Preparo do laudo dos exames;
Impressão, ou transmissão do laudo;
Recebimento do laudo;
Tomada de decisão;

PREPARO DO LAUDO DOS EXAMES
Uma vez que os resultados são aprovados e liberados, os dados são utilizados para a confecção do laudo. Esse processo é feito pelo Sistema de Informações Laboratoriais, que deve seguir a legislação vigente. A RDC cuida dos aspectos do laudo com muita propriedade. Transcreveremos alguns itens do regulamento da RDC 302/2005 da ANVISA, que os laboratórios devem seguir:
6.2.10 O LAUDO EMITIDO PELO LABORATÓRIO DE APOIO DEVE ESTAR DISPONÍVEL E ARQUIVADO PELO PRAZO DE 5 (CINCO) ANOS.
6.3.1 O LABORATÓRIO CLÍNICO E O POSTO DE COLETA LABORATORIAL DEVEM POSSUIR INSTRUÇÕES ESCRITAS PARA EMISSÃO DE LAUDOS, QUE CONTEMPLEM AS SITUAÇÕES DE ROTINA, PLANTÕES E URGÊNCIAS.
6.3.2 O LAUDO DEVE SER LEGÍVEL, SEM RASURAS DE TRANSCRIÇÃO, ESCRITO EM LÍNGUA PORTUGUESA, DATADO E ASSINADO POR PROFISSIONAL DE NÍVEL SUPERIOR LEGALMENTE HABILITADO.
6.3.3 O LAUDO DEVE CONTER NO MÍNIMO OS SEGUINTES ITENS:
A) IDENTIFICAÇÃO DO LABORATÓRIO;
B) ENDEREÇO E TELEFONE DO LABORATÓRIO;
C) IDENTIFICAÇÃO DO RESPONSÁVEL TÉCNICO (RT);
D) Nº. DE REGISTRO DO RT NO RESPECTIVO CONSELHO DE CLASSE PROFISSIONAL;
E) IDENTIFICAÇÃO DO PROFISSIONAL QUE LIBEROU O EXAME;
F) Nº. REGISTRO DO PROFISSIONAL QUE LIBEROU O EXAME NO RESPECTIVO CONSELHO DE CLASSE DO PROFISSIONAL;
G) Nº. DE REGISTRO DO LABORATÓRIO CLÍNICO NO RESPECTIVO CONSELHO DE CLASSE PROFISSIONAL;
H) NOME E REGISTRO DE IDENTIFICAÇÃO DO CLIENTE NO LABORATÓRIO;
I) DATA DA COLETA DA AMOSTRA;
J) DATA DE EMISSÃO DO LAUDO;
K) NOME DO EXAME, TIPO DE AMOSTRA E MÉTODO
ANALÍTICO;
L) RESULTADO DO EXAME E UNIDADE DE MEDIÇÃO;
M) VALORES DE REFERÊNCIA, LIMITAÇÕES TÉCNICAS DA METODOLOGIA E DADOS PARA INTERPRETAÇÃO;
N) OBSERVAÇÕES PERTINENTES.
6.3.4 QUANDO FOR ACEITA AMOSTRA DE PACIENTE COM RESTRIÇÃO, ESTA CONDIÇÃO DEVE CONSTAR NO LAUDO. O ideal é fazer constar informações que possam advertir quanto a possíveis interferentes, como:
“amostra hemolisada”;
“amostra ictérica”;
“amostra lipêmica” ou outros como “opalescente”, “turva” ou de coloração anormal.
O laudo deve indicar as situações nas quais a análise foi feita apesar das restrições da amostra, e eventualmente se a amostra foi submetida a um pré-tratamento.
6.3.5 O LABORATÓRIO CLÍNICO E O POSTO DE COLETA LABORATORIAL QUE OPTAREM PELA TRANSCRIÇÃO DO LAUDO EMITIDO PELO LABORATÓRIO DE APOIO, DEVEM GARANTIR A FIDEDIGNIDADE DO MESMO, SEM ALTERAÇÕES QUE POSSAM COMPROMETER A INTERPRETAÇÃO CLÍNICA.
6.3.6 O RESPONSÁVEL PELA LIBERAÇÃO DO LAUDO PODE ADICIONAR COMENTÁRIOS DE INTERPRETAÇÃO AO TEXTO DO LABORATÓRIO DE APOIO, CONSIDERANDO O ESTADO DO PACIENTE E O CONTEXTO GLOBAL DOS EXAMES DO MESMO.
6.3.7 O LAUDO DE ANÁLISE DO DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO DE ANTICORPOS ANTI-HIV DEVE ESTAR DE ACORDO COM A PORTARIA MS Nº 59/2003, SUAS ATUALIZAÇÕES OU OUTRO INSTRUMENTO LEGAL QUE VENHA A SUBSTITUÍ-LA.
6.3.8 AS CÓPIAS DOS LAUDOS DE ANÁLISE BEM COMO DADOS BRUTOS DEVEM SER ARQUIVADOS PELO PRAZO DE 5 (CINCO) ANOS, FACILMENTE RECUPERÁVEIS E DE FORMA A GARANTIR A SUA RASTREABILIDADE.
6.3.8.1 CASO HAJA NECESSIDADE DE RETIFICAÇÃO EM QUALQUER DADOCONSTANTE DO LAUDO JÁ EMITIDO, A MESMA DEVER SER FEITA EM UM NOVO LAUDO ONDE FICA CLARA A RETIFICAÇÃO REALIZADA.

IMPRESSÃO OU TRANSMIÇÃO DO LAUDO
O tempo total de liberação do resultado também é um quesito a ser verificado na garantia de qualidade do laboratório, principalmente para exames cujo tempo de liberação influencia diretamente a decisão clínica ou quando há resultados críticos que devem ser comunicados com rapidez. A falta de notificação imediata de valores críticos pode ser tão negativa quanto à liberação de resultados inadequados. Os erros recorrentes dessa fase do ciclo laboratorial giram em torno de 18% a 47%.
Há um forte movimento para que a transmissão eletrônica do laudo supere a ainda bastante superior utilização da impressão do laudo. Aspectos da certificação digital estão em discussão e é provável a breve implantação de rigor nesse sentido para a transmissão eletrônica. Há muitas formas de tornar isso mais presente que atualmente, tornando mais ágil a chegada da informação para o médico. Num ambiente hospitalar essa prática é altamente recomendado, porque diminui o tempo de entrega. A comunicação eletrônica dos laudos promove a redução de custos para as partes envolvidas:
Para o laboratório, há menor gasto com impressão, papel, tinta e impressora, com pessoal para cuidar deste processo e locais de guarda etc.;
Para o paciente, principalmente por dispensar o deslocamento até o laboratório, mesmo que ele tenha os gastos com impressão em sua residência. Se o laudo for analisado pelo médico em seu computador,
esse custo não haveria, poupando ainda os recursos naturais.

RECEBIMENTO DO LAUDO

O destinatário dos resultados é o médico assistente, quem tem mais propriedade para lidar com a informação. Os profissionais de laboratórios são os provedores de informações obtidas nas análises, representadas pelos laudos. O laboratório clínico deve dispor de assessoria científica para esclarecer dúvidas ou até indicar repetições da análise. Por isso, há necessidade de guardar as amostras caso haja necessidade de repetição. Nesse momento, quanto maior a confiança do profissional de laboratório em seus resultados, mais significativa será a assessoria. O cuidado com as três fases dos exames laboratoriais será valioso para o profissional falar de qualidade assegurada, que é desfecho de todos os esforços pela qualidade nas diferentes fases. É o que se espera dele como especialista em laboratório. O Controle da Qualidade é um dos pilares da sustentação da relação do profissional de laboratório com os médicos assistentes, para a qualidade assegurada.

TOMADA DE DECISÃO

Ao requisitar um teste, o clínico espera que no momento mais oportuno lhe seja fornecido um resultado confiável, que oriente sua tomada de decisão. As etapas existentes entre essas duas pontas, requisição do teste e recebimento do resultado, fogem ao seu conhecimento e são bastante complexas. O laboratório abriga um vasto arsenal de recursos, cuja compreensão escapa aos que não atuam diretamente nos seus processos. É tido por muitos clínicos como uma “caixa preta”, onde um coloca a requisição e a amostra e outro faz dali sair o produto final: o resultado.
Na maioria das vezes o clínico solicita a participação do laboratório em duas situações:
Para confirmar, ou para rejeitar um diagnóstico a partir de uma impressão clínica;
Para obter parâmetros que orientem o controle de tratamento.
Outras indicações para exames são para estabelecer prognóstico; para triagem em grupos de pacientes e para detectar fatores de risco.
Ao receber o laudo das análises por ele solicitadas, o médico tem em mãos o melhor que o laboratório pôde entregar. Com esse laudo tomará suas decisões. Acredita-se que esses laudos orientem cerca de 70% das decisões médicas.
A fase pós-analítica encerra o ciclo, trazendo de forma sintética no laudo os esforços de uma equipe especializada, recursos diversos, alta tecnologia, utilizados para contribuir para a saúde, ou a minimização de agravos para o paciente. A sociedade agradece aos laboratórios.

ERROS PÓS-ANALÍTICO

Erro na Digitação do Laudo
Erro na interpretação do resultado
Erro na Interpretação do Laudo
Não comunicação de resultados críticos
Atraso na entrega de resultados
Percentual de Laudos Retificados

Erros freqüentemente associados a essa etapa correspondem às falhas na liberação dos resultados, por erros de transcrição ou digitação ou pelo não cumprimento do prazo de entrega. O desenvolvimento da tecnologia de informação (TI) aplicada ao setor laboratorial tem contribuído para a diminuição dos erros de transcrições de resultados, principalmente após o advento dos
sistemas de interfaceamento, os quais possibilitam a transmissão das informações diretamente do equipamento automatizado de análise para o sistema de informação laboratorial (SIL). A identificação das amostras por meio das etiquetas de código de barras também tem sido fundamental na busca de melhoria da qualidade e redução dos erros.


“Qualquer falha ocorrida em alguma parte do ciclo laboratorial, ou seja, desde a solicitação médica até a interpretação e reação do médico diante do resultado reportado constitui um erro laboratorial.”
PLEBANI, 2007

Importante:

RASTREABILIDADE DE TODO O PROCESSO!

FASE PRÉ-ANALÍTICA>FASE ANAÍTICA>FASE PÓS- ANALÍTICA


CONCLUSÃO:
A fase pós-analítica, por sua vez, tem início no ambiente do laboratório clínico e envolve os processos de validação e liberação de laudos e se encerra após o médico receber o laudo final, seguido de sua interpretação e tomada de decisão médica perante o resultado reportado.
O valor do laboratório esta no laudo de qualidade, beneficiando os pacientes com informações válidas, confiáveis e em tempo. O laudo tem valor científico e legal.
O laboratório deve dar acessória científica, oferecer-se para esclarecimentos de dúvidas e avaliar a necessidade de repetir a análise.


"O único lugar onde sucesso vem antes do
trabalho é no dicionário."
Albert Einstein

REFERÊNCIAS:
1. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial
2. http://www.qualichart.com.br
3. http://www.lacen.saude.pr.gov.br
4. http://ingoh.serifos.uni5.net

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