quarta-feira, 18 de maio de 2016

Interpretação de exames

Para que o laboratório clínico possa oferecer respostas
adequadas, é indispensável que o preparo do paciente e da
coleta do material a ser examinado sejam realizados
obedecendo- se algumas regras:
 Variação cardíaca;
 Atividade física;
 Período de jejum;
 Dieta;
 Mudanças rápidas de postura;
 Administração de drogas.

Preparação do Paciente: todos os profissionais do laboratório devem ter
conhecimento da importância da correta preparação do paciente e saber como ela
pode afetar os resultados. Na preparação do paciente para a realização dos exames
é muito importante observar o efeito de vários fatores, como necessidade de jejum
para o exame; estado nutricional do paciente; uso de álcool; estresse; fumo;
exercícios físicos; postura; interferência in vitro ou in vivo dos medicamentos.


Coleta da Amostra: na coleta da amostra biológica é importante que os
profissionais responsáveis tenham conhecimentos necessários dos erros e
variações que podem ocorrer antes, durante e após a obtenção da mesma.
Variações devido à obtenção, preparação e armazenamento da amostra:
identificação incorreta do paciente; troca de material; contaminação da amostra; erro
por hemólise, estase prolongada, homogeneização, centrifugação; conservação
inadequada; erro no emprego de anticoagulantes etc.


SANGUE – PRINCIPAL AMOSTRA PARA EXAMES LABORATORIAIS
O sangue é composto de duas fases distintas: fase líquida e fase sólida ou
elementos figurados. A fase líquida é composta principalmente por água (cerca de
90%) e por substâncias orgânicas e inorgânicas dissolvidas nessa água, tais como
eletrólitos, proteínas, hormônios e fatores da coagulação. Na fase sólida ou
elementos figurados estão as hemácias, leucócitos e plaquetas. A fase líquida
também é conhecida como plasma e pode ser definida como “soro” quando perder
os fatores da coagulação logo após a coleta sanguínea:
Plasma = fase líquida (água + todos os elementos dissolvidos)
Soro = Plasma – fatores da coagulação (utilizados para formar o coágulo após a
coleta)
O volume sanguíneo total é cerca de 70 ml por quilo de peso, desta forma
uma pessoa de 70 Kg possui cerca de 4,9 L de sangue. A perda máxima sanguínea
permitida e 
recomendada é 10% do volume total, para que não ocorram grandes
danos ao paciente ou doador.
As principais funções do sangue são: transporte de gases (hemoglobina e
hemácias); defesa imunológica (leucócitos); coagulação (plaquetas e fatores da
coagulação); transporte de nutrientes (plasma); transporte de metabólitos da
excreção (plasma); regulação térmica; regulação da pressão arterial e manutenção
do pH sanguíneo.
A hematopoiese é o processo de formação do sangue e começa desde a fase
intrauterina de cada indivíduo. Ainda na vida uterina as células são formadas pela
linhagem primitiva e após o nascimento pela linhagem definitiva (série vermelha ou
eritrocítica; série plaquetária ou megacariocítica; série granulocítica; série linfocitária
ou linfocítica e série monocitária ou monocítica).

EXAMES EM AMOSTRA DE SANGUE - HEMOGRAMA
Hemograma Completo

O hemograma completo está entre os exames mais requeridos em um laboratório clínico, e consiste em avaliar quantitativamente e qualitativamente as células sanguíneas de um paciente. A contagem dessas células auxilia no diagnóstico de doenças e no monitoramento de sua evolução ou regressão, sob um determinado tratamento. Quantidades altas ou baixas dessas células podem levar à descoberta de uma anemia, infecção, doença genética ou até problemas do sistema imunológico.
O exame é composto por três determinações básicas que incluem as avaliações dos eritrócitos (ou série vermelha), dos leucócitos (ou série branca) e das plaquetas (ou série plaquetária).

O hemograma é a principal ferramenta diagnóstica em hematologia,
constituído pelos seguintes exames:
a-) Contagem de Hemácias (Hm)
** Valores de Referência
Homem – 4.500.000 a 6.000.000 / mm3
Mulher – 4.000.000 a 5.500.000 / mm3
Rn– 4.000.000 a 6.000.000 / mm3

- Interpretação dos resultados:
Valores aumentados (policitemias):
Diarreias, desidratação, queimaduras, policitemia Vera, cardiopatia crônica,
intoxicações com álcool etílico ou outras drogas, vômitos profusos, acidose
metabólica.

Valores diminuídos:
Anemias, leucemias, após hemorragias intensas e Valores aumentados: ocorrem quando há hemoconcentração como nas policitemias, desidratações, queimaduras, diarréias e vômitos intensos. Um hematócrito aumentado é sugestivo de macrocitose.
Valores diminuídos: ocorrem quando há redução do número de eritrócitos,
como nas anemias, leucemias e infecções. Um hematócrito reduzido dá
ideia de microcitose.


Exame de Glicose

Glicemia
• Avalia o metabolismo dos carboidratos;
Exames mais solicitados:
1.Glicemia de jejum (12-14 horas): avalia
os níveis glicêmicos 24 horas anteriores;
2.Glicemia TOTG/pós-prandial: avalia os
níveis glicêmicos após sobrecarga.

EXAMES DE URINA
• URINA DE 24 HORAS
• Em relação ás dosagens realizadas em amostras de
urina coletadas por períodos cronometrados devem ser
tomadas alguns cuidados, dentre os quais se destacam:
- Os que se referem ao paciente;
- Os que se referem à coleta e a amostra;
- Os que se referem ao preparo da amostra;
- Os que se referem à metodologia propriamente dita;

A coleta deverá ser realizada após assepsia da área genital, desprezando-se
o primeiro jato e colhendo-se o jato intermediário. O recomendável é a coleta da
primeira micção da manhã ou uma amostra com pelo menos quatro horas de
intervalo da última micção, em recipiente plástico esterilizado. Se necessário, a
amostra poderá ser colhida a qualquer tempo, lembrando-se da existência, durante o
dia, de variações em relação à dieta, exercício físico, concentração da urina e uso
de medicamentos.
O exame do primeiro jato da urina é recomendado quando o objetivo é a
investigação do trato urinário inferior, mais especificamente a uretra. A urina de
primeiro jato carreia células e bactérias presentes na uretra, tornando-a uma boa
amostra indireta para outras avaliações, como as uretrites com pouca secreção. A
diferença de celularidade encontrada entre o primeiro e segundo jatos auxilia a
localizar a origem do processo.


EXAMES DE FEZES
• A composição das fezes se caracteriza por:
• Resíduos de material indigerível, como a celulose dos
alimentos digeridos;
• Bile (pigmentos e sais), que dá a cor característica das
fezes;
• Secreções intestinais, incluindo o muco intestinal;
• Leucócitos que migram da corrente sanguínea (em
pouquíssima quantidade);
• Células epiteliais que foram eliminadas;
• Grande
número de bactérias que podem constituir um
terço da parte sólida total;


EXAMES MICROBIOLÓGICOS
• ESCARRO
• Utilizado para determinar o agente etiológico das pneumonias
bacterianas;
• Alguns detalhes devem ser considerados:
- O ideal é que a coleta seja feita pela manhã;
- A amostra deve ter volume maior que 2 ml;
- Instruir o paciente para enxugar a boca e fazer gargarejo com água
antes da coleta;
- Não coletar saliva ou secreção nasal;
- Coletar a amostra em frasco estéril;
- Encaminhar a amostra imediatamente ao laboratório;
• Para o diagnóstico de doenças causadas por fungos ou microbactérias,
deve- se coletar de 2 a 3 amostras de escarro consecultivos;

• ESCARRO INDUZIDO
• Indicado à pacientes com processos infecciosos
pulmonar com pouca quantidade ou dificuldade na
eliminação do escarro;
• Instruir o paciente para enxugar a boca e fazer gargarejo
com água antes da coleta;
• Fazer uma nebulização com 20 a 30 ml de NaCl 0,85%;
• Orientar o paciente a coletar secreção profunda,
evitando coletar saliva ou secreção nasal;
• Coletar a amostra em frasco estéril;
• Encaminhar a amostra imediatamente ao laboratório;

Dosagem de Glicose

O objetivo do teste é determinar se o nível de glicose no sangue está dentro dos parâmetros saudáveis, fornecendo, desta forma, dados para investigação, diagnóstico e monitoramento da hiperglicemia (glicose elevada no sangue), hipoglicemia (glicose diminuída no sangue), diabetes e pré-diabetes. (5)
A dosagem da glicose é útil para auxiliar o diagnóstico e monitoração terapêutica do Diabetes Mellitus, na avaliação de distúrbios do metabolismo de carboidratos, no diagnóstico diferencial das acidoses metabólicas, desidratações, hipoglicemias e na avaliação da secreção inapropriada de insulina. (1)
A glicose é o carboidrato mais importante da biologia, pois as células a utiliza como fonte de energia e ainda intermediária do metabolismo. 


Hipoglicemia
Esse quadro causa

- fraqueza
- sudorese 
- desmaio 
- pode levar ao coma


Já a hiperglicemia é o nome dado quando o nível de glicose encontra-se acima do normal

Esse quadro causa

- falta de energia no organismo
- necessidade de urinar 
- cicatrização lenta
- visão embaraçada
- sede intensa
-aumento do apetite 
- cansaço

O tempo de jejum para o exame da glicose em jejum é de 8 horas, e o indivíduo não deve comer nem beber nada durante este período.

Referências Bibliográficas

FAILACE R., Hemograma, Manual de Interpretação; Artmed; quarta edição, ISBN 85-363-0158-9
OLIVEIRA, H. P. Hematologia Clínica – 1ª ed – Rio de Janeiro: Atheneu, 1978


 http://labtestsonline.org.br/understanding/analytes/cbc/tab/test/

http://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMAGENS/Artigos_cientificos/Interphemo.pdf


http://www.boasaude.com.br/exames-de-rotina/d/61/view/dosagem-de-glicose-codigo-amb-4030204-0.html


Henry, John Bernard - Diagnósticos clínicos e tratamentos por métodos
laboratoriais. 20ª ed. Editora Manole, 200

LORENZI, T. F. Manual de Hematologia –Propedêutica e clínica. 4ª. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
ZAGO, M. A; FALCÃO, R. P; PASQUINI, R. Hematologia –Fundamentos e Prática. 1ª.
ed. São Paulo: Atheneu, 2004.

RAVEL, R. Laboratório Clínico. 6ª. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997.
CARVALHO, M. G; SILVA, M. B. S. Hematologia –Técnicas laboratoriais e
interpretação. 1ª. ed. Belo Horizonte: UFMG, 1988.

VERRASTRO, T; LORENZI, T F; NETO, S W. Hematologia e Hemoterapia –
Fundamentos de Morfologia, Fisiologia, Patologia 1ª. ed. São Paulo: Atheneu, 2005.

Referências Bibliográficas
Lehninger, A.L.; Nelson, D.L.; Cox, M.M. (2007) Lehninger: Princípios de
Bioquímica, 4a. Edição, Editora Sarvier
Stryer, L.; Tymoczko, J.L.; Berg, J.M. (2004) Bioquímica, 5a. Edição, Editora
Guanabara.

GUYTON, A.C., HALL, J.E Tratado De Fisiologia Médica 10. Ed. Rj . Guanabara
Koogan, 2002

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